O conceito de família vem sendo debatido no Congresso Nacional através
de dois projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, e a polêmica em
torno do assunto deverá se estender por muitos meses.
Embora tenham nomes parecidos – um se chama Estatuto da Família e o
outro Estatuto das Famílias – os projetos são muito diferentes em seu conteúdo.
O primeiro defende o conceito de família tradicional, enquanto o segundo
abrange as uniões homossexuais e adoção de crianças por esses casais.
Na Câmara dos Deputados, tramita o Estatuto da Família sob a sigla PL
6.583/13, de autoria do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), e segue a definição
que consta da Constituição Federal, de que a família é o núcleo formado a
partir da união entre homem e mulher, por meio de casamento, união estável ou
comunidade formada pelos pais e seus descendentes.
Já no Senado tramita o Estatuto das Famílias, sob a identificação PLS
470/13, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), pretende rever o conceito
já presente na Constituição Federal, reconhecendo o casamento gay e as relações
homoafetivas como entidade familiar.
“Eu estou colocando no relatório a proibição da adoção [por casais do
mesmo sexo]. Se o Artigo 227 (da Constituição Federal) diz que a família é para
proteger a criança, como é que dois homens, duas mulheres que são homossexuais
que dizem serem pais, querem adotar? Adotar para satisfazer a eles ou a
criança? A adoção é para contemplar o direito da criança, não do adotante”,
argumenta Fonseca, que integra a bancada evangélica na Câmara.
A Câmara dos Deputados vem realizando
uma enquete para
conhecer a opinião da população sobre o conceito de família, e o resultado até
o fechamento desta matéria apontava um empate técnico, com 48,49% dos
participantes manifestando-se favoráveis à definição de que família é formada
por um homem, uma mulher, e seus filhos. 51,2% se manifestaram contra essa
definição.
“Aquela enquete deve ser vista apenas pela força de mobilização e não de
opinião. Uma [mesma] pessoa pode votar várias vezes, inclusive os ativistas
homossexuais têm escritório só pra fazer isso, mas é interessante ver que a
sociedade está mobilizada”, minimizou o deputado.
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