As
discussões sobre o casamento gay em todo o mundo levaram três pastores a
assumirem sua orientação homossexual e ao mesmo tempo, defenderem o princípio
de que o casamento representa a união entre um homem e uma mulher.
A
polêmica se estabeleceu quando os pastores Sean Allberry, Sean Doherty, Ed Shaw
organizaram uma publicação reconhecendo suas atrações por pessoas do mesmo
sexo, e afirmando que isso não diminui sua plena confiança no Deus da Bíblia e
na visão de que o casamento é a união de um homem e uma mulher.
O artigo
A Different Kind of Coming Out (que pode ser traduzido como “Uma maneira
diferente de sair do armário”) foi escrito pelos três, e explica que, apesar de
sentirem atrações homossexuais, entendem que a postura da Bíblia – que define a
prática como pecaminosa – continua sendo verdadeira.
Dois
deles, Allberry e Shaw, optaram por uma vida de celibato, e Doherty vive o que
definiu como “pós-homossexualidade”, pois se casou e se tornou pai de três
crianças. Na entrevista à revista Cristianity (que também publicou o artigo),
Allberry disse que eles três abriram mão da privacidade para marcar posição e
ajudar outras pessoas a viverem conforme sua fé, sem transgredir a verdade
bíblica.
Os três
acreditam que a definição das Escrituras sobre a homossexualidade e o casamento
heterossexual seja “inegociável”, e que por isso, querem ajudar outros cristãos
na mesma situação deles.
“Eu
continuo ouvindo comentários sobre como os evangélicos são ‘anti-gay’, mas eu
ouço amigos evangélicos que estão começando a se desviar do Evangelho nesta
questão. Nós três podemos falar a partir de uma perspectiva pessoal sobre o que
significa viver com este problema. Da minha própria experiência, eu diria que
Deus é bom e por isso é a Sua palavra nem sempre é fácil, mas é boa”, disse
Allberry.
Segundo
Allberry, depois de ouvir um pregador dizer que “todos nós somos pecadores na
área sexual”, ele passou a compreender que, como seres caídos, não seria
sensato planejar toda uma vida a partir de sua orientação sexual.
O pastor
ainda diz que é necessário abrir as portas para que os homossexuais sejam
recebidos nas igrejas e possam ter suas vidas transformadas. “Eu não digo que
para se tornar um cristão tem que sair primeiro da relação homossexual em que
você está. Mas eu não vou esconder nada nas letras miúdas: o verdadeiro ensino
de Cristo sobre a ética sexual. Eu não posso dizer que esta é uma questão
secundária, pois a Bíblia fala com uma voz muito clara. parte da chamada de
Jesus de que cada um de nós deve tomar a nossa cruz e segui-Lo”, disse.
Allberry
reconhece suas fraquezas nessa área e diz que nem tudo se resume ao sexo: “Nós
também demonstramos nosso amor para as pessoas que não têm sexo . Eu sou um
homem com a sexualidade masculina celebrada, não reprimida, pelo meu celibato”
O pastor
afirma ainda que “um amigo homem pode se tornar uma espécie de atração”, e que
separar as coisas é a parte mais complicada: “Eu tive que aprender da maneira
mais difícil onde traçar a linha quando amizades tornaram-se um pouco intensas
demais”.
Em sua
franqueza, o pastor diz que o fato de saber que nunca será casado é complicado
de aceitar: “Há uma parte de mim que gostaria de ser um marido e um pai. Eu
vejo algumas famílias muito de perto, e eu posso ver o lado bom da vida em
família. Mas em outros momentos você também percebe que nem tudo é um passeio
no parque”, disse, usando uma metáfora para explicar que há dificuldades tanto
no celibato quanto no casamento.