Não foram poucas as vezes que um artista usou de recursos mentirosos
para alavancar uma carreira já em pleno declínio. Como declarar a plenos
pulmões que vai desistir da vida artística, que a sua banda vai encerrar as
atividades, que nunca mais gravarão discos... E fazer exatamente o contrário
meses depois.
Pergunte a seus avós quantas vezes o grande cantor Silvio Caldas
“abandonou” a carreira para retornar de modo triunfante meses depois. Como
esquecer as “turnês de despedidas” do Kiss, do Scorpions, do The Who e tantos
outros, picaretagens estas que serviram para que os fãs desesperados
desembolsassem quantias absurdas para ver seus ídolos pela última vez, sendo
que meses depois estes mesmos grupos reaparecessem na imprensa e, com a maior
cara de pau do mundo, negarem o que tinham anunciado por meio de desculpas
esfarrapadíssimas, que só convenceram mesmo os fãs débeis mentais.
Este tipo de “estratégia de marketing” vem funcionando bastante nos dias
de hoje justamente pela rarefeita capacidade de raciocínio dos fãs e da
imprensa em geral. Lembra quando Zezé Di Camargo & Luciano chegaram a
discutir no palco e anunciaram a “separação”? Na época, eu já havia levantado
esta “lebre” –. Mais recentemente, o pavoroso Gusttavo Lima usou do mesmo golpe.
Pois senti o mesmo cheiro de trapaça neste final de semana, quando a
internet foi invadida pela noticia de que a “cantora” – hahahahahahahahaha,
desculpe, não pude conter o riso de ironia -Joelma anunciou um
pretenso fim da Banda Calypso. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! Desculpe,
não pude conter o riso de alegria. Por alguns segundos, vislumbrei um panorama
musical brasileiro sem a presença de um dos troços mais insuportáveis da
História desta galáxia. Mas foi então que lembrei da velha “estratégia”...
Que a agenda de shows de Joelma, Chimbinha e companhia vinha caindo mês
a mês, pouca gente sabia. Que o cachê do grupo havia diminuído
consideravelmente por causa disto, menos pessoas sabiam. Só que tudo ficou
escancarado e ainda mais desesperador quando Joelma, que é evangélica confessa,
externou publicamente à revista Época aquilo que 87,4% dos
evangélicos pensam a respeito de homossexualismo: que ser homossexual é como
ser um drogado. Até que ela ‘pegou leve’, já que, salvo honrosas exceções, para
a grande maioria dos evangélicos o homossexualismo é uma doença, um castigo de
Deus, coisa do diabo ou as três possibilidades juntas. Muita gente vai ficar
incomodada com o que escrevi, mas é a verdade.
Depois destas desastrosas declarações, Joelma e sua turma viram a agenda
de shows cair praticamente a zero, o projeto do filme mostrando a trajetória da
cantora com a banda foi abortado. Os convites para aparecer na TV foram
totalmente cancelados... Joelma foi tratada como pária da sociedade, a ponto de
ter que vier a público e pedir desculpas por meio de um vídeo. De nada
adiantou. O estrago estava feito e era irremediável.
Agora, pense bem: o que poderia fazer uma cantora que vê os shows de seu
grupo minguarem, a exposição na chamada “mídia positiva” passar a ser
inexistente, os cachês reduzidíssimos e tudo mais? Usar a famosa estratégia
“vamos encerrar a carreira” é uma possibilidade bem atraente, não? Melhor
ainda: que tal unir isto a uma declaração que a joga diretamente nos braços do
público que não só concorda com o teor de suas declarações infelizes, como
professa a mesma “orientação”?
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