Embora os cientistas em geral não
acreditem nas narrativas bíblicas, está mais claro que todos os seres humanos
carregam em seu genoma parte do DNA de um homem e uma mulher, que de acordo com
eles, viveram há dezenas de milhares de anos. Segundo um novo estudo da
Universidade Stanford, EUA, esses antecedentes comuns vieram da África e são
chamados de “Eva mitocondrial” e “Adão cromossomial-Y”. Porém, diferentemente
do casal bíblico, eles provavelmente não se conheceram. Seriam os últimos
ancestrais a partir dos quais se pode traçar uma linha direta de descendência
paterna ou materna até os dias de hoje.
A descoberta foi publicada na mais
nova edição da revista Science, e contraria estimativas anteriores, diminuído a
“idade” desses primeiros humanos.
O estudo foi feito avaliando o
material genético que os pais passam a seus filhos e filhas. Durante a
concepção, parte do DNA é transmitida exclusivamente pelo pai: o cromossomo Y,
que caracteriza o sexo masculino, além do DNA mitocondrial, que explica porque
a Eva do estudo recebeu esse “sobrenome”.
Carlos Bustamante, professor de
genética na Universidade de Stanford, que participou dos estudos explica: “As
pesquisa anteriores indicavam que o ancestral comum masculino teria vivido
muito mais recentemente que o feminino. Nossa pesquisa mostra, no entanto, que essa
discrepância não existe”.
Para líder da pesquisa, David Poznik,
as populações humanas saíram da África para habitar a Ásia e a Europa.
Portanto, o que eles fizeram foi uma “árvore genealógica da genética”. O passo
seguinte foi estimar a época em que o ancestral comum paterno viveu. Usando uma
fórmula que calcula a mutação do cromossomo Y e estimaram que o ancestral comum
viveu: entre 120.000 e 156.000 anos atrás. Já a data para a origem da mulher
seria entre 99.000 e 148.000 anos atrás.
Embora a conclusão deles não se
aproxima da cronologia sugerida pela Bíblia, é um marco porque diminui as
estimativas antigas sobre quanto tempo os seres humanos estão na terra, que
apontavam para quase o dobro dos dados apresentados agora. Além disso, mais uma
vez confirma-se que houve um antecedente comum, de onde todas as linhagens
humanas derivam, independentemente da cor da pele.
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